Ledy Gonzalez
Se você nunca foi a um leilão não sabe o que está perdendo. Conheço algumas pessoas que começaram a freqüentar os pregões como a única maneira de se livrar de móveis antigos (deixados pelos avós) que estavam atrapalhando os planos de uma decoração leve, bem colorida, deixando espaço para computadores, pranchas de surfe e outras coisas que fazem parte da nossa vida neste início do século XXI Tanto foram as idas aos leilões que acabaram aprendendo o quanto este modo de comprar e vender - de imóveis, veículos, animais (cavalos de raça, por exemplo) a livros raros e pequenos itens de decoração - pode ser vantajoso, além de divertido às vezes, ou causador de fortes emoções.
Tem gente que não perde leilões de imóveis porque faz negócios com eles e assim consegue uma renda bastante satisfatória. Há quem assista as apregoações de arte para alimentar seu gosto por pinturas, esculturas e outras criações de mentes privilegiadas e sabe quando lançar sem risco de prejuízo futuro. Este interessado pesquisa sobre os artistas que lhe interessa e acompanha atentamente o sobe e desce de cotações. Não compra na alta, mas aproveita as oportunidades que surgem, nos leilões, para aumentar o número de peças de sua coleção. Quando quer desfazer-se de alguma peça não hesita: coloca num leilão!
Atualmente, nota-se nos leilões o pouco interesse de jovens na pintura de artistas que eram bem valorizados nos idos de 70, 80 e 90, aqueles que conquistavam o público com suas fabulosas marinhas, suas paisagens cheias de sol e flores, seus trabalhos que tinham como musa inspiradora a natureza. O novo colecionador não quer saber da arte acadêmica, figurativa, impressionista e de outras inspirações. Em sua maior parte, os mais novos procuram adquirir criações de autores que são tidos como muito apreciados e "consumidos" no exterior, com altas cotações nos pregões de Nova York e Londres. E neste caso, ganham os que arrematam nos leilões do Rio e de São Paulo (nada sei de outras cidades) as pinturas desprezadas agora no mercado. Daqui a alguns anos elas serão procuradas e valorizadas como merecem. Quem viver verá!
Fonte: Monitor Mercantil