- Hélio Oiticica e Lygia Clark estão mortos, vivam com isso.
- Na pretensão de amplo alcance da arte contemporânea os regionalismos não são bem vindos. Desculpe ribeirinhos.
- Em nosso sistema de arte filiocentrico, é possível existir obra, exposição, evento ou algo do gênero que não venha impregnado com o clichê: "promover a reflexão"?
- No inicio era o verbo. Mesmo com tantas quebras de paradigma, a obsessão pelo texto e sua onipotência continuam. Face a fragilidade conceitual das obras, o texto aparece como a muleta que sustenta os trabalhos na contemporaneidade.
- É engraçado como o mundo da arte, tanto popular quanto contemporânea, tem a incrível habilidade de validar os discursos daqueles marginalizados pelos discursos no caso especifico os loucos. Entretanto é curioso pensar que essa atuação se restringe apenas à área poética, já na área de produção acadêmica a ordem do discurso se faz esmagadora, segregando os não iniciados.
- Apesar de ter sido anunciada sua morte no inicio do século XIX, deus se faz presente nos corações dos artistas contemporâneos, seja no daqueles utópicos que dão sua carne e sangue pela esperança de um mundo melhor, ou naqueles engajados na promoção dos valores religiosos travestidos (gentileza gera gentileza) como modo de vida.
- Se seu trabalho é "interativo" faça com que a participação do espectador seja efetiva ao desenvolvimento da proposta do trabalho, não faça da ação do espectador um mero exercício de recombinação das partes sem relevância ao conjunto da obra.
- É curioso pensar que o meio de arte contemporâneo adora uma "subversão", seja nos ambientes ou mesmo nas "atitudes" entretanto é apenas temporário, pois, ao saírem do modo SOCIAL, os integrantes voltam para seus mundinhos ascéticos livres de toda e qualquer ameaça aos valores que edificam o sistema da arte.
- Só porque seu trabalho apodrece não quer dizer que ele seja processual.
- Mesmo com tantos eventos e seminários dispostos a "promover a reflexão" parece que toda discussão artística tende a cair em um reducionismo subjetivo estático.
- Pegue o lixo dos seus amigos, junte tudo sobre uma folha de papel, e exponha como "mémoria subjetiva coletiva", voilà: temos uma obra de arte genuinamente contemporânea.
- Quanto mais o mundo da arte se retém na subjetividade universal do conceito de arte, mais se isola dos aspectos potentes da concretude de suas formas.
- A arte esta intimamente ligada ao discurso, a produção de uma arte livre da retórica e pura é uma utopia.
- Quando todas as manifestações das artes visuais pareciam esvaziadas e desgastadas eis que surge a linguagem. Jogos de linguagem equivocados, apropriações mediócres e construções aleatórias deram uma nova cara as artes visuais, mais um instrumento para compor o "tudo pode" contemporâneo.
- Se optar por se utilizar da linguagem ou dos fundamentos da arte contemporânea em seu trabalho, faça uma investigação séria e concisa sobre como o humano se utiliza dela para expressar, compor e definir conceitos e tantas outras coisas do mundo, não fique restrito a jogos de palavras mediocres que se resumem à adição e retirada de prefixos e sufixos.
Outro título para este blog poderia ser: O martelo no cubo branco - mas poucos entenderiam. Mercado e pregão de arte, coleções, espólios e falências fazendo girar a roda das vaidades e fortuna.
sexta-feira, 21 de maio de 2010
Lições sobre arte contemporânea
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